Segundo a literatura, Anismo, Dissinergia do Esfíncter Anal ou Dissinergia do assoalho pélvico são sinônimos, ficando estabelecido como uma contração paradoxal ou relaxamento inadequado da musculatura do assoalho pélvico, especificamente a anal, durante a tentativa de evacuar, tentativa de continência (segurar) ou força propulsiva inadequada.
Didaticamente, o funcionamento do sistema excretor, evacuatório ou digestório, funciona de forma combinada com estruturas do abdômen. A região anal, precisa necessariamente estar conectada com a musculatura do intestino, para que quando haja a passagem de gases ou fezes, ocorra um relaxamento da mesma gerando a expulsão.
O mesmo ocorre de forma inversa quando pensamos em continência ou “segurar fezes e/ou gases”, a musculatura anal se contrai inibindo algumas musculaturas que são responsáveis pelo trânsito intestinal, promovendo tempo suficiente para a chegada do indivíduo no toalete.
A partir do momento que esse mecanismo não funciona de forma sincronizada, a qualidade de vida do paciente reduz bastante, gerando diversos malefícios de ordem funcional, fisiológica e psicológica, além de diversas dores.
Estimasse que 50% dos pacientes que apresentam constipação intestinal crônica desenvolvem esse problema.
Causas
Não existe um consenso sobre as causas dessa lesão, sabe-se que é mais comum em mulheres, principalmente as que se aproximam do período de menopausa, isso não exclui homens, que segundo a literatura, em sua grande parte acometem os que se aproximam da andropausa.
Informações que sugerem que o fator hormonal é um determinante no desenvolvimento desse problema.
Também há relatos sobre a dieta, obesidade e desnutrição, indicando que determinados hábitos alimentares contribuem para essa patologia.
O fator psicológico também não pode ser descartado, além do uso de medicamentos.
E mesmo tendo grande parte dos acometidos indivíduos adultos, esse é um problema que também atinge crianças, que nos promove segurança para informar aos pacientes que não existe correlação com pratica de sexo anal.
Diagnóstico
A história clínica do paciente é de extrema importância, os relatos promovem maior segurança para desenvolver o raciocínio clinico e diagnosticar o paciente com Anismo ou Dissinergia.
Alguns exames complementares auxiliam o médico, como exames de manometria, defecograma, sensibilidade retal, colonoscopia, eletromiografia, latência do nervo pudendo e proctografia.
Tratamento
Alguns médicos sugerem medicamentos, mais a grande parte dos profissionais acabam indicando o tratamento de fisioterapia especializada, nomeada de fisioterapia uroginecológica.
Dentro dessa especialidade vários recursos são aplicados, mais certamente, o que possuí maior efetividade nos tratamentos, é o biofeedback, que tem como propósito reeducar a musculatura retoanal, através de estímulos visuais e/ou sonoros em tempo real, promovendo ao paciente, subsídios imediatos para autocontrolar estruturas e intervir fisiologicamente na dinâmica atual do mesmo.
- DO PRADO, Fernanda Correia et al. Aspectos Clínicos e Epidemiológicos da Constipação Intestinal: Uma Revisão Integrativa Da Literatura/Clinical and Epidemiological aspects of Intestinal Constipation: An Integrative Literature Review. ID on line REVISTA DE PSICOLOGIA, v. 14, n. 51, p. 318-326, 2020.
- FRATTA, Cláudia Luciana et al. Avaliação anorretal clínica e funcional de portadores de adenocarcinoma de reto submetidos a tratamento por radioterapia e quimioterapia: Anorrectal clinical and functional evaluation in patients with rectal adenocarcinoma after radiotherapy and chenotherapy treatment. 2019.
- GOMEZ, Javier et al. Contracción Paradojal del Puborrectal como causa de Constipación Crónica: Resultados del tratamiento con Biofeedback y Rehabilitación Pelviperineal. Revista de Cirugía, v. 72, n. 5, 2019.